terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Folha OnLine
17/02/2009

O destino da pichadora Caroline Pivetta da Mota, 24, começa a ser decidido amanhã no Fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. Ela vai prestar depoimento na audiência que decidirá se ela vai ser condenada pela acusação de se associar a "milicianos" com fins de "destruir as dependências do prédio" que abrigou a 28ª Bienal de São Paulo, no parque Ibirapuera, no ano passado.
Arquivo Pessoal
Caroline Pivetta da Mota, 24, aponta uma de suas pichações favoritas na capital paulista

A juíza poderá divulgar sua sentença amanhã mesmo ou esperar para reunir informações adicionais sobre o caso. Além de Caroline, serão ouvidas cinco testemunhas de acusação e outras três de defesa.
Dependendo da decisão, a pichadora pode ficar atrás das grades até a próxima Bienal, em 2010, já que o artigo 62 da Lei de Crimes Ambientais (destruição de patrimônio cultural) prevê de um a três anos de prisão.
Defesa
De acordo com Augusto de Arruda Botelho, advogado de Caroline, a defesa vai alegar que a acusada não pode ser condenada por destruir o patrimônio público. "Ela não vai negar a pichação, mas a minha defesa diz que isso de forma alguma configura destruição de bem público", afirmou o advogado à Folha Online.
Botelho disse ainda que também vai pedir à juíza que absolva sua cliente do crime de pichação porque o ato não teve motivação criminosa. "Pretendo pedir absolvição porque Caroline nada mais fez do que responder aos pedidos da curadoria da Bienal, que convidou as pessoas para se manifestarem artisticamente no andar vazio", disse.
No ano passado, Caroline passou 54 dias presa por invadir e pichar o andar vazio da Bienal, aberta em 26 de outubro. Ela foi solta no dia 19 de dezembro pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) após ter dois habeas corpus para sua liberação negados.
A pichadora é a única garota a integrar a auto-intitulada gangue Susto's.

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