segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Capital Inicial e Victor e Leo roubam noite de Alanis no Festival de Verão

GABRIELA MANZINI
enviada da Folha Online a Salvador
02/02/2009

Com os pés nos sucessos do passado, a canadense Alanis Morissette desafiou as probabilidades e conseguiu animar as mais de 60 mil pessoas que participaram da quarta e última noite do Festival de Verão de Salvador, neste sábado (31). O resultado, no entanto, não foi suficiente para superar a empolgação gerada, antes, pelo Capital Inicial e, depois, pela dupla sertaneja Victor e Leo.
Toda a expectativa por Alanis começou ainda nos bastidores, com o bafafá causado pela divulgação das exigências do camarim da cantora. Entre os itens estavam cadeiras estofadas ("nunca de madeira ou de plástico"); uma boa dose de álcool (uma garrafa de vinho de excelente qualidade "escolhido por alguém que saiba o que faz", tequila e caixas de cerveja); e 20 litros de água Evian (enquanto estava no palco, ela tomou ao menos três).
Quando subiu ao palco, Alanis compensou ao menos parte do estrelismo. Fez o show com muita energia e simpatia, mesmo cumprimentando e agradecendo a plateia em inglês. Jogando com cartas antigas, ela empolgou com "Hand in My Pocket" e "Ironic". O seu conhecido jeito desesperado de cantar também garantiu que a plateia mantivesse os olhos nela mesmo em canções do recente "Flavors of Entanglement" (algo como sabores das complicações).
É bem verdade que o público já recebeu Alanis com a animação levada pelo Capital Inicial. Músicas da chamada "geração de Brasília", do "Acústico MTV" e novas como "Eu Nunca Disse Adeus" e "A Vida é Minha (Eu Faço o que Eu Quiser)" colocaram a multidão para pular --um grupo de garotos chegou a arriscar uma pirâmide humana. "Eu acredito que o Capital transborda para todas as idades, todas as classes sociais. Por isso, um festival como esse é a nossa cara", disse o vocalista Dinho Ouro Preto.
"Hoje [sábado] passam por aqui bandas com raízes africanas [o Olodum], com raízes europeias e americanas [o próprio Capital] e até uma gringa [Alanis]." Dinho defendeu ainda que a cultura brasileira é "essa mistura, indefinível". "A Oktoberfest é tão brasileira quanto o Carnaval."
Depois de Alanis, foi a vez da dupla mineira Victor e Leo envolver a todos com "Fada", "Amigo Apaixonado", "Vida Boa" e "Tem que Ser Você", da trilha da última novela das oito da Globo, "A Favorita". "Nós fizemos recentemente alguns shows na região [de Salvador], todos calorosos. Então, esperávamos que hoje fosse excelente. O que não esperávamos é que fosse tanto assim", disse Victor. "Tem várias pessoas que chegam e dizem que não ouviam música sertaneja antes de Victor e Leo. É mesmo um gênero que tem conquistado novos ouvidos", completou Leo.
Como não podia deixar de ser, o Festival de Verão terminou em festa, com o "arrastão" do Psirico. Os músicos começaram a tocar ainda nos corredores dos camarins; seguiram tocando no trajeto para o palco; e, já no fimda madrugada deste domingo (1), "arrastaram" todos até a saída do Parque de Exposições com destino não às respectivas casas, mas ao aguardado Carnaval.

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