terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Renato Vieira: 'Szaniecki tinha uma cabeça muito fechada'

Coluna Heloisa Tolipan, JB Online
03/02/2009

RIO - O coreógrafo Renato Vieira já pode ser chamado de veterano entre os acadêmicos da Grande Rio. Há 8 anos é o responsável pela comissão de frente da escola, uma fonte generosa de notas 10 para a agremiação de Duque de Caxias.
Em 2009, Renato trará para a Avenida um show de abertura cheio de nobreza, com direito a trono, bem na vibe do enredo Voilà, Caxias! Para sempre liberté, egalité, fraternité. Merci Beaucoup, Brésil! Não tem de quê!.
Qual a fantasia da comissão, dentro do enredo inspirado no Ano da França no Brasil?
Representaremos a corte de Luís XIV, o Rei-Sol. Ele introduziu a dança na realeza da França. Criou nomenclatura de bailarinos e utilizava a dança para se apresentar no reino. Luís era um artista, que desenvolveu esta veia através da criação.
Serão quantos integrantes na comissão?
Quinze bailarinos, todos homens. Cinco fazem parte da minha companhia de dança. Os outros dez são bailarinos que já trabalharam comigo anteriormente na escola.
Haverá algum tripé como adereço?
Traremos um trono, devidamente ocupado pelo rei. As fantasias serão douradas, justamente por Luís XIV ser o Rei-Sol.
Como funciona o relacionamento entre carnavalesco e coreógrafo?
O carnavalesco sempre traz a ideia e daí é iniciado um diálogo. A comissão não pode usar uma fantasia muito pesada e bonita, se o dançarinos não conseguirem, com isso, se movimentar perfeitamente. É preciso haver uma integração entre os dois profissionais.
Você trabalhou com três carnavalescos durante estes 8 anos de Grande Rio: Joãzinho Trinta, Roberto Szaniecki (hoje na Mangueira) e Cahê Rodrigues. Como diferenciar cada um desses momentos?
Joãozinho tinha um lado artístico muito forte, de compreensão do trabalho de coreografia. Perdi um pouco da liberdade criativa trabalhando com o Roberto. Ele tinha uma cabeça muito fechada em suas ideias, sem abertura a diálogo, havendo sempre um descarte imenso de opções. Com Cahê, voltamos a ter uma sintonia muito legal na escola. Ele tem espírito de artista.
E quanto ao ritmo de ensaios?
Ensaiamos durante dois meses e agora estamos começando a nos adaptar à fantasia. Treinamentos com as botas, as roupas e o trono.
Você não se imagina trabalhando em outra escola? Qual foi seu carnaval mais marcante?
Não, de jeito nenhum. A Grande Rio é minha casa. Brinco dizendo que sou tricolor desde pequenininho. E, sem dúvida, o carnaval mais marcante foi o de 2003, meu primeiro ano na escola. Chegamos a um inédito terceiro lugar falando sobre as riquezas minerais do Brasil.
Você acredita que, enfim, chegou o ano do campeonato para a Grande Rio?
Com certeza! A escola vem com ainda mais garra, estamos com uma harmonia incrível, o Cahê é ótimo. A Grande Rio virá criativa e luxuosa, rumo ao título.

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