terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A nova América de Bruce Springsteen

O Estadão
17/02/2009

Com quase 60 anos de idade, Springsteen mostra esperança e energia em novo álbum
Emerson Lopes

Reprodução
Capa do novo CD do cantor norte-americanoSão Paulo - Em tempo de crise mundial, aquecimento global e desemprego em alta, é sempre bom ver que o ser humano mantém a esperança e acredita que dias melhores virão. Essa mesma situação pode ser atribuída ao cantor norte-americano Bruce Springsteen. O "eterno" defensor da classe trabalhadora ianque parecia um tanto cético com futuro dos Estado Unidos quando lançou o disco "Magic", em 2007.

Isso não quer dizer que o roqueiro tinha jogado a toalha diante da desastrada administração de George Bush. Com o fim da era Bush, Springsteen "aposta" suas fichas em Barack Obama. Assim como o novo presidente dos EUA, o recém lançado disco "Working On A Dream" é a prova de que uma luz no fim do túnel existe e não é um trem vindo na direção contrária.

Ao lado de sua inseparável The E Street Band, Springsteen volta a fazer um grande disco. Pela primeira vez ao longo das últimas três décadas, ele lança um disco logo após o outro (um ano e meio separa seu novo álbum do CD "Magic"). Com um repertório variado, o cantor consegue criar em um mesmo álbum hits radiofônicos (My Lucky Day e Life Itself), épicos à Sergio Leone (Outlaw Pete), canções românticas (Kingdom Of Days e Queen Of The Supermarket), country (Tomorrow Never Knows), blues (Good Eye) e hinos de esperança (This Life, Working On A Dream e Suprise Suprise).

Mas um disco de Bruce Springsteen não poderia terminar sem um tema mais introspectivo. É isso que o ouvinte encontra em The Wrestler, composto sob encomenda para o filme homônimo (O Lutador), estrelado por Mickey Rourke. A canção ficou com o Globo de Ouro, mas não foi lembrada pelo Oscar.

Em setembro, Springsteen completa 60 anos e parece não se importar muito com isso. Na semana passada, ele conquistou mais um Grammy para sua coleção e tocou para uma audiência de quase 100 milhões de pessoas ao participar da 43ª edição do Super Bowl, a final do futebol norte-americano. Em abril, ele começa uma nova turnê que passará por diversas cidades norte-americanas e depois segue para a Europa.
Haja fôlego.

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