segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Mostra de filmes poloneses exibe desde clássicos a novos diretores

Braulio Lorentz, Jornal do Brasil
09/02/2009

RIO - Resumir 100 anos de cinematografia em 14 filmes não é a única das tarefas árduas que caiu sob os ombros da Embaixada da República da Polônia no Brasil. A seleção resulta em mostra que começa nesta terça-feira no Centro Cultural Banco do Brasil, no Centro, e ganha salas de outras 11 cidades brasileiras. Cabe também à embaixada articular a aproximação entre as duas indústrias cinematográficas, tendo o festival como primeiro ato.
– Queremos divulgar nossa produção para o país inteiro. A escola polonesa de filmes precisa ser conhecida – reivindica Joana Pliszka, encarregada de departamento de Cultura da Embaixada da Polônia.
Joana revela que o Brasil deve se tornar um parceiro importante. A mostra marca o início da tentativa de encadear uma co-operação oficial entre os dois países e seus cineastas, produtores e montadores.
Acordo já está engatilhado
O governo polonês deve chamar brasileiros para seus festivais de cinema e pretende enviar representantes durante o evento que celebra o século de produção.
– Estamos preparando um acordo para ser assinado pelas duas partes – adianta a conselheira cultural. – Conseguimos o patrocínio do Instituto Polonês de Filmes, que bancou a maior parte do orçamento. A Associação Mañana foi importante. É uma instituição que organiza festivais latino-americanos.
A produção polonesa é difundida por meio de produções como o filme mudo O homem obstinado (1929), de Henryk Szaro; Hotel Pacífico (1975), de Janusz Majewski; O interrogatório (1982), de Ryszard Bugajski, e Ladies (2008), de Tomasz Konecki.
– Escolhemos os que seriam mais bem entendidos no Brasil – justifica Joana. – Há muitos filmes bons na Polônia, mas nem todos têm uma temática que seria assimilada. Optamos por várias épocas e estilos diferentes. Temos os dos anos dourados e os mais recentes.
Curadora do festival e diretora da Mañana, Agnieszka Drewno está por trás dos eventos de cinema latino-americano realizados na Polônia a partir de maio.
– São na capital, Varsóvia, e em outras sete das mais importantes – conta Agnieszka. – Vamos apresentar cinco filmes brasileiros. Um que queremos é o maravilhoso documentário sobre Vinicius de Moraes, Vinicius. O cinema do Brasil não é coisa nova.
Para ela, o festival marca o início dos contatos oficiais entre os países.
– Podemos dizer que a mostra está dividida em duas partes, a primeira é a formada pelas mais antigas da cinematografia polonesa e a outra dos novos trabalhos – informa Agnieszka. – Escolhemos as obras dos diretores mais ilustres do nosso cinema como Andre Wadja, o nosso cineasta mais internacional.
A curadora enumera quais das produções são as mais imperdíveis da programação:
– Muitos filmes já foram exibidos no Brasil. Jerzy Kawalerowicz é um dos maiores dos anos 50 e 60. Janusz Morgenstern é da mesma escola. Há muita variedade: vai de um mudo para uma comédia contemporânea e filmes históricos como O Faraó.

Nenhum comentário:

Postar um comentário