quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Livro traz entrevistas históricas do Pasquim

O Estadão
11/02/2009
AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - ?O politicamente correto acabou com a boa crítica musical.? Não é bem assim, mas é quase isso.
Dos tempos em que se era possível perguntar tudo sem ter a intermediação de assessores e aspones no cangote dos artistas vem a compilação O Som do Pasquim.
Suas páginas nos brindam com entrevistas históricas de personagens que passaram pela publicação entre os anos 60 e 70.
Mas engana-se quem imagina que os artistas da época não se resguardavam de alguma maneira. Agnaldo Timóteo, em entrevista datada de 1972, levou um dicionário para a mesa redonda. ?É para procurar essas palavras difíceis que vocês falam e a gente não sabe o significado?, contra-atacou o cantor para nomes como Millôr Fernandes, Ziraldo e Jaguar.
Já o falecido Waldick Soriano (1933-2008), em sua entrevista concedida no mesmo ano, fuma, bebe e traz consigo seu advogado. Hilário. Quem compilou a edição foi o jornalista e crítico musical Tárik de Souza, que trabalhou no Pasquim. Na época, em 1976, o jovem Tárik viu nas entrevistas armadas pelo povo da redação do Pasquim uma oportunidade para lançar um livro que mostrasse um panorama da música nacional. ?
Não existiam livros sobre música na década de 70?, falou Tárik pelo telefone. Vale lembrar que o jornal chegou a vender 250 mil exemplares por semana nas bancas na década de 70.
Os climas das entrevistas são escancarados em cada parágrafo de bate-papo. Há ainda ?profetas? como Moreira da Silva, que antecipou uma música em que sonha com a ressurreição da Lapa, que naquela época era ultradecadente.
Para ler bebendo e beliscando.
As informações são do Jornal da Tarde.

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