quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Festival de hip hop na Torre de TV

Tribuna do Brasil (DF)
Autor: Milene Sodré

12/02/2009

Música, ritmo, dança e grafite reunidos em um único evento para cerca de 20 mil pessoas
Acontece nesse domingo, a partir das 13h, na Torre de TV, bem no coração da cidade, o III Festival Hip Hop do Cerrado.
A maior celebração desse estilo musical no Centro-Oeste, o evento reúne os quatro elementos da cultura hip hop: DJ (música), rap (ritmo e poesia), grafite (artes plásticas), break e street dance (dança).
O festival é uma grande vitrine, onde as esferas culturais e sociais do movimento hip hop são vistas por toda a sociedade. A proposta é discutir a união de todos os elementos da cultura e a influência na vida pessoal e profissional que ela representa na vida dos jovens.
Promovido pela primeira vez em 2006, durante o Seminário Internacional de Dança de Brasília, o Festival Hip Hop do Cerrado reuniu um público de 10 mil pessoas. A segunda edição, em 2007, juntou mais de 12 mil espectadores na Esplanada dos Ministérios. O destaque desta edição foi o grupo Afro-Reggae que, paralelamente, ministrou oficinas diversas no Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje), valorizando ainda mais o caráter social do movimento e dos líderes do projeto. A terceira edição, em 2009, estima um público de 20 mil pessoas.
Novos grupos de MCs, DJs, grafiteiros e dançarinos se apresentam ao lado de artistas já consagrados como "Realidade Cruel", "Provérbio X", "Código Penal" e "Atitude Feminina". O festival busca acentuar a consciência e a responsabilidade social inerentes ao hip hop. "O principal objetivo do III Festival de Hip Hop do Cerrado, além do entretenimento, é dar continuidade à discussão sobre os diversos problemas de violência que todas as comunidades brasileiras, em todos os níveis, enfrentam diariamente", esclarece o DJ Raffa, idealizador do festival.
O evento pretende valorizar a cultura da periferia. "Quando se dá oportunidade ao jovem da periferia de mostrar a sua arte e talento no centro da capital federal, interferimos diretamente na transformação social, retirando-os das ruas, do tráfico, de gangues, drogas e prostituição, apontando horizontes concretos possíveis de cidadania e respeito", completa Raffa. Despertar o interesse nas varias camadas da sociedade através da inserção do hip hop é um dos maiores desafios dos organizadores do festival, que acreditam que essa cultura pode fazer a diferença para os jovens brasileiros, que são submetidos a muitos tipos de violência como miséria, negligência, abandono familiar, desemprego, agressões domésticas, tanto físicas quanto psíquicas, a falta de atendimento básico de saúde, drogas, tráfico, moradia insalubre em locais marcados pela criminalidade ou controlados pelo crime organizado e, principalmente, a falta de educação e lazer. DJ Raffa explica que “fazer arte no Brasil, especialmente nas populações carentes não é uma experiência fácil, já que a vida do crime sempre ronda esses jovens. Na verdade, se o Brasil se destaca mundialmente com relação a índices de violência, não é por causa dos crimes cometidos pelos jovens, mas sim pelos crimes cometidos contra os jovens”, acredita.
O festival busca juntar as mais diversas camadas sociais em um mesmo ambiente, trocando informações e experiências, se divertindo e ouvindo mensagens positivas. Assim como nas edições anteriores, o evento é aberto ao público, ao ar livre e gratuito, o que possibilita ainda mais a troca de informações entre todas as vertentes do movimento hip hop e a sociedade.
O III Festival de Hip Hop do Cerrado é uma realização da Associação Cultural Claudio Santoro, DJ Raffa e Aninha Atitude Feminina, com patrocínio da Petrobrás e apoio da Empresa Brasiliense de Turismo (Brasiliatur), da Coordenação para Assuntos da Criança, Adolescente e Juventude (CACAJ), do Carlton Hotel Brasília, Via Beleza e Marola Discos.

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