Tribuna do Brasil
Autor: Milene Sodré
04/02/2009
GDF se mobiliza na construção de complexos culturais para comunidades carentes
Um novo projeto cultural, denominado Tendas Culturais, será implantado no Distrito Federal nos próximos meses. A iniciativa promete incentivar a produção cultural e inserir a comunidade carente do DF em um ambiente mais educativo, atraente e construtivo.
Até 2010, a previsão é que sejam implantados oito complexos. O primeiro, cujo edital deve ser lançado até o mês de março, será em Samambaia.
Cada tenda abrigará salas para oficinas, telecentro e biblioteca. A administração se dará por meio de uma parceria do Governo do Distrito Federal com Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). S
egundo Cláudio Abrantes, gerente do Tendas Culturais, o projeto será composto de pequenos complexos culturais fixos, que serão construídos nas cidades mais carentes do DF. Sua estrutura consiste em quatro salas para ensino artístico de teatro, dança, música e artes plásticas, cada qual preparada adequadamente para a prática artística.
Um telecentro com capacidade para 20 computadores, galpão multiuso para atividades culturais (capoeira, exposições, saraus entre outros), administração, sanitários e vestiários, biblioteca, teatro, com capacidade para 280 lugares sentados e camarim.O GDF se responsabilizará pela construção do Complexo Tenda Cultural e, em seguida, por meio da Secretaria de Cultura, compartilhará a gestão com uma Oscip. Nesta parceira, a entidade gestora recebe recursos para contratação de artistas da cidade, que ministrarão as oficinas gratuitamente para a comunidade, principalmente para crianças e adolescentes.
O projeto deve interagir com a proposta de educação integral. Para auxiliar nas demais funções da Tenda, será formada uma equipe composta por pessoas da própria cidade. O teatro e o galpão multiuso ficam à disposição da comunidade cultural e artística e todo o complexo receberá as ações da Secretaria de Cultura.
A maioria destes complexos serão construídos em parques ecológicos, aliando cultura e meio ambiente na formação dos jovens.O projeto é inspirado nas Lonas Culturais da Prefeitura do Rio de Janeiro. O governador José Roberto Arruda, em visita a capital carioca, conheceu o projeto e o incorporou ao seu plano de governo. No Rio de Janeiro, o investimento começou em 1993, seguido da Rio Eco 92. Após a conferência, a estrutura montada na praia de Copacabana para o fórum alternativo foi doada para a Secretaria Municipal de Cultura, que a levou para a periferia e firmou a parceria com a comunidade local. Atualmente, são 10 complexos em áreas carentes do Rio de Janeiro, sendo, o projeto, premiado na Comunidade Européia e no Mercosul pela inclusão social por meio da cultura. Além disso, o projeto tem a chancela da Organização das Nações Unidas para a educação, à ciência e à cultura (Unesco).
PRIMEIRA TENDA CULTURAL
O projeto arquitetônico já está finalizado e no próximo mês será lançado o edital para construção da 1ª Tenda Cultural, em Samambaia.
O objetivo é inaugurar oito complexos até 2010. Os próximos serão em Planaltina, Brazlândia e Santa Maria, pois os terrenos já existem, assim como estudos topográficos e orçamentos definidos.
As demais Tendas estão em processo de definição destes tópicos. O projeto é aberto a toda comunidade. O foco está nas crianças e adolescentes, inclusive, auxiliando o projeto de Educação Integral do GDF. Mas, o Tenda também terá espaço para os adultos. Buscando facilitar a participação de quem trabalha durante o dia, as oficinas também poderão ser ministradas durante a noite. A Tenda Cultural será abrigo para todas as pessoas, independente de idade, que queiram vivenciar a arte e a cultura. Não haverá custo para a comunidade nas ações de ensino, as oficinas serão gratuitas. Além disso, as instalações do complexo receberão os espetáculos contemplados com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), com custo zero para a comunidade.
Projeto pode mudar realidades sociais
Para os espetáculos que não tem apoio do governo, o valor da entrada será popular. O grande mérito do projeto é o resgate de cidadania. “Gosto muito de relatar um fato que me deixou extremamente feliz ao conhecer o projeto no Rio de Janeiro. Estávamos em comitiva, junto ao secretário adjunto de Cultura, Beto Sales, e fomos visitar a Lona Cultural de Irajá.
Ao chegarmos, encontramos um grupo de senhoras, todas com mais de 60 anos, ensaiando uma peça teatral sobre Carmem Miranda. Talvez, aquela tenha sido a primeira experiência cênica de muitas delas.
A autoestima, a valorização da comunidade, da cultura local, enfim, da maneira de se viver, pode, por meio de um projeto como este, mudar toda uma realidade social. A cultura e a arte tornadas disponíveis e acessíveis a todos funcionam como instrumento de crescimento, cidadania e inclusão social, o que é a nossa grande meta” relata com entusiasmo Cláudio Abrantes.
Na área de ensino, o público principal são as crianças e adolescentes, mas nunca deixando de lado os adultos. Cada sala de aula tem capacidade para 20 alunos, podendo, portanto, atender cerca de 300 estudantes por turno. Além disso, a biblioteca, o galpão multiuso e o teatro terão um grande potencial de público, pois além da atividade artística já existente na cidade, ainda receberão os alunos e a produção da própria Tenda Cultural.
Fonte : Tribuna do Brasil
Data : 04 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
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Conheço o projeto da Lonas Culturais no Rio de Janeiro, algumas delas funcionam muito bem, depende muito da ONG que administra, no Rio de Janeiro as Lonas Culturais estão passando pela operação sufoco "sufocar até matar" é o lema da nova secretaria de cultura da cidade Jandira Feghali, estamos entrando no Quinto mês do ano e até agora a secretaria não disse ao que veio, as Lonas sem receber o repasse desde Dezembro 2008 estão minguando, dizem que a Secretaria esta organizando um edital com “cartas marcadas” abrindo espaço para que outras organizações sociais possam participar e assumir as Lonas, grandes Ongs empresa como Cufa, Afroreggae, Central das Favelas, Nós do Morro estão de olho no edital. O que é o mais triste desta história: A Prefeitura do Rio sozinha nunca conseguiria chegar aonde chegou com o projeto das Lonas Culturais, Ongs sérias que são da própria comunidade onde estão as Lonas foram quem fizeram o projeto ganhar projeção internacional, foram estas ONGs em parceria com o poder publico que fizeram do projeto o que ele foi até Dez 2008, uma grande injustiça será ver ONGs como as que administram as Lonas Culturais de Campo Grande, Realengo, Guadalupe e Vista Alegre, depois de anos, no peito e na raça, colocaram seus bairros no roteiro cultural de espetáculos, ofereceram para suas comunidades shows com os artistas consagrados, teatro, dança, oficinas diversas entregarem as Lonas para as ONGs Empresa que com suas enormes verbas e investimentos nacionais e internacionais vão colher os louro$$$... Como freqüentador e principalmente entusiasta desta forma de gestão inovadora, temo que o projeto vire político, e ao que observa, isto já é uma realidade.
ResponderExcluirSérgio
Oi Sérgio,
ResponderExcluirSenti até uma pontada no peito com o seu relato.
Morei no Rio de Janeiro minha infância e adolescência toda, passando por Guadalupe e finalizando em Vista Alegre.
Naquela época (são mais de 25 anos fora do Rio), não tínhamos nada além dos parquinhos com campo de futebol. Quando surgia um show no Olaria e a gente conseguia uns trocados na feira, era nosso Tudo.
A conquista das Lonas Culturais, e aqui em Brasília das Tendas Culturais, são marcos de conquista da sociedade que têm que ser preservadas e mantidas a todo custo.
Evitar o loteamento da administração desses espaços por "cartas marcadas" deveria ser bandeira dos políticos sérios (eles existem, acredite). No Rio de Janeiro, sei que o Stepan Nercessian tem olhos para essas questões. Acho que deveria ser acionado pelo movimento popular.
Em Brasília, o ex-gerente do processo, hoje Deputado Distrital, Cláudio Abrantes, foi o grande defensor da implantação e quem rompeu barreiras para que as Tendas se tornassem realidade.
Espero que ele não seja envolvido por esse processo, pois uma vez estabelecido esse tipo de comportamento, o que advém dele são as manchetes de corrupção, lavagem de dinheiro, etc...
O que nós esperamos é que as Tendas no DF sejam manchetes sim, mas estampando a valorização do artista local, a presença dos artistas renomados para abrilhantar nossas festas, e o trabalho inclusivo a que se propõe seja efetivamente realizado.
Valeu pelo seu depoimento. Acho que devemos todos estar alerta para esses possíveis desvios de conduta.
Forte abraço.
João Carlos Corrêa
Problemas na Lona da Ilha? Que Ong é essa que recebe 30.000 por mês e não presta contas de forma pública e transparente? Se há atraso nos repasses, poque eles não botam a boca no trombone? Em que show cancelado é noticiado como se tivesse acontecido, numa espécie de superfaturamento cultural? E o despreparo do pessoal para lidar com o público e as críticas? Concurso público para os funcionários e autonomia de equipamento já. Licitações sem fiscalização do poder público são sempre fonte de mamatas.
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