terça-feira, 5 de maio de 2009

Instituições dizem que maioria das propostas vem do Sudeste

LARISSA GUIMARÃES
da Folha de S.Paulo, de Brasília
05/05/2009

Parte das empresas públicas que financiam a cultura no país pela Lei Rouanet diz que a maioria das propostas de patrocínio parte do Sudeste --que é a região mais desenvolvida e mais rica do país, com mercados culturais mais fortes. A Eletrobrás afirma que o número de projetos da região "é muito maior do que o de todas as outras em conjunto".

Os Correios argumentam na mesma linha. Para a estatal, a concentração decorre de vários fatores, como maior concentração do PIB na região.

"Em São Paulo, Minas Gerais e no Rio, há maior profissionalização, ou seja, os proponentes se mostram mais capacitados para lidar com produção cultural nos moldes exigidos pela Rouanet e pelo mercado."

A estatal diz que tem procurado descentralizar recursos por meio de seleções públicas.

Em estratégia parecida, a Petrobras afirma que criou, em 2003, o programa Petrobras Cultural para democratizar o acesso ao patrocínio.

O Banco do Brasil informou que os investimentos em cultura, por meio da Rouanet, são direcionados para os três centros culturais --em São Paulo, Brasília e no Rio-- e para suas itinerâncias. "Em 2008, o BB realizou cem eventos sem o uso da Lei Rouanet, nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste."

Também foram organizados workshops em todo o país para orientar artistas e produtores.

Patrimônio histórico

A Caixa diz que a Lei Rouanet é usada, prioritariamente, no programa Caixa de Revitalização do Patrimônio Histórico e Cultural.

Na seleção de 2008, de acordo com a Caixa, foram aprovados projetos do Norte (Pará), Nordeste (Ceará), Sul (Rio Grande do Sul) e Sudeste (Minas Gerais e Rio de Janeiro).

O BNDES disse que usa a Lei Rouanet para financiar projetos de patrimônio histórico. Em 2008, cerca de 45% dos recursos foram destinados para o Nordeste, segundo o banco.

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