sexta-feira, 22 de maio de 2009

Galinha Caipira Completa funda nova geração da música local, com caráter educativo

Jornal de Brasília
21/05/2009
Marlon Maciel
da redação do Jornal de Brasília


O grupo Galinha Caipira Completa, que surge como maior representante da atual cena da música instrumental de Brasília, começa hoje, pelo Teatro Paulo Autran do Sesc Taguatinga, o primeiro de uma série de shows itinerantes pelo Distrito Federal para demonstrações do CD homônimo. Outras quatro apresentações estão programadas em Brasília, Gama e Ceilândia (nesta última, com a participação de uma banda de frevo).

Com o percussionista Amoy Ribas, o grupo foi um dos ganhadores do Projeto Pixinguinha, da Fundação Nacional de Artes (Funarte), a partir do qual puderam gravar o primeiro CD e programar apresentações abertas e de caráter educativo para jovens de ensino médio da rede pública do DF. "Estamos super empolgados por termos voltado a fazer esses ensaios, já que estávamos um pouco parados por conta dos trâmites burocráticos do CD, como a capa, por exemplo. E a cada ensaio que acontece descobrimos coisas novas", conta o violonista Rafael dos Anjos sobre a empreitada travada com os parceiros Márcio Marinho (cavaquinho), Hamilton Pinheiro (contrabaixo) e Rafael dos Santos (bateria).

O repertório dos shows da série inclui o do CD Galinha Caipira Completa, que traz composições próprias, como Infância, Brasiliano, Maria Fumaça e Mensageiro dos Ventos (Rafael dos Anjos). Outras duas canções que receberam novos arranjos completam o set list: Insensatez (Tom Jobim) e um pout-porri das músicas Só Quero um Xodó (Dominguinhos e Anastácia) e Sebastiana (Rosil Cavalcante).

Em abril do ano passado, eles gravaram a primeira metade do disco, como material de divulgação. Em janeiro e fevereiro deste ano, fizera m o restante do material. "Na verdade, não temos pressa ao fazer as coisas. Trabalhamos até que o 'lance' fique bom e os quatro estejam satisfeitos", afirma o violonista Rafael.

Gravado no estúdio Orbis, em Taguatinga, o disco traz oito faixas, em sua maioria autorais. São composições solo de Rafael dos Anjos e do violonista em parceria com Márcio Marinho, a exemplo de Nosso Som e Galinha Caipira Completa. Músicas de outros dois grandes compositores da MPB, completam o trabalho: Vamos à Luta (Gonzaguinha) e Samba do Grande Amor (Chico Buarque). "A cara desse disco é meio que uma mistura das nossas cabeças", resume Hamilton Pinheiro.

Além de shows aberto, o projeto (intitulado Brasileiradas) também oferece apresentações para jovens do Ensino Médio. Nesses shows, os alunos poderão ter contato com a música instrumental e explorar os músicos com perguntas e comentários sobre a história da música, composição, arranjo e improvisação.

O contrabaixista aproveita para explicar a "panela de pressão sonora" que é a banda: "É muita mistura. Temos o pé na música brasileira mas temos elementos musicais de todos os lugares do mundo, a exemplo de uma forte influência de jazz", diz Hamilton, xará do bandolinista Hamilton de Holanda, que com seu grupo Brasilianos (formado na capital federal), faz hoje turnês mundiais graças a atitudes como essas que o Galinha Caipira Completa toma hoje.

Saiba mais sobre o quarteto
Em um restaurante de Brasília, a inspiração para o nome do grupo foi servida em um almoço no início do ano passado, quando faltavam poucos dias para que se apresentasse no III Goyaz Festival – Mostra de Música Instrumental, em Goiânia. No cardápio: galinha caipira completa, um prato tipicamente brasileiro como o som da banda.

- Márcio Marinho (cavaquinho) começou a tocar o instrumento aos 13 anos de idade, graças à influência do tio Brito 7 Cordas, que na época tocava chorinho. Foi aluno da Escola de Choro e participou do grupo Nove Chorões

- Rafael dos Anjos (violão) começou aos 11 anos de idade, com aulas de harmonia, bossa nova e MPB. Aos 14, apaixonado por choro, entrou para a Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello

- Hamilton Pinheiro (contrabaixo), nasceu em Natal (RN), e começou a tocar violão em casa. Audodidata, veio para Brasília em 1996 e no ano seguinte entrou para a Escola de Música de Brasília

- Rafael dos Santos (bateria) começou a tocar aos 17 anos. Iniciou seus estudos de música aos 20, quando entrou para a Escola de Música. Segundo ele, o baixista Hamilton Pinheiro foi um dos seus mestres

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