quarta-feira, 6 de maio de 2009

Alessandro Penezzi mostra seu mais novo trabalho esta semana no Clube do Choro

Correio Braziliense
Ana Rita Gondim
06/05/2009

Em sua terceira passagem pela cidade, violonista improvisará canções de Caymmi
Músicas do novo disco, composições de trabalhos anteriores e canções escolhidas de improviso para homenagear o mestre que dá nome à proposta do local em 2009. Este é o repertório do violonista, compositor e arranjador Alessandro Penezzi, que se apresenta esta semana no Clube do Choro pelo projeto Dorival para sempre Caymmi.

Esta é a terceira vez que Penezzi faz show à seleta plateia do Clube, mas a música não é o único motivo pelo qual volta feliz à cidade. “É sempre um prazer tocar no Clube do Choro, tenho vários amigos e muitas boas lembranças. É uma rede de amigos muitos queridos e é sempre bom reencontrar. Vai ser um prazer enorme”, conta o violonista.

As cordas de seu violão vibrarão, principalmente, músicas de seu mais novo disco, Sentindo, lançado em 2008. Segundo, ele, “é um trabalho praticamente autoral”, com nove composições próprias e três releituras. Uma valsa de Luperce Miranda (Quando me lembro), uma composição de Mauricio Carrilho (Sinuosa) e outra de Cristóvão Bastos e Chico Buarque (Todo o sentimento) são as novas interpretações do artista. “Este é um disco em que meu trabalho está mais sedimentado, mais elaborado”, resume.

Alessandro Penezzi tem outros dois discos solos em sua trajetória: Abismos de Rosas (2001) e Alessandro Penezzi (2006). O primeiro é composto de apenas quatro composições próprias. O segundo permitiu várias participações como, por exemplo, de Beth Carvalho e Yamandú Costa. “Eu acho que o segundo disco foi, principalmente, uma fase de mostrar todas as influências que eu tive. O mais novo é mais focalizado no meu lado de compositor e intérprete. O lado violonista está bem na cara, mais trabalhado”, esclarece.

Sobre a escolha do que será ouvido a partir desta quarta-feira (06/05) no espaço, ele especifica Be-á-Baden, música sua em homenagem a Baden Powell. “O pessoal normalmente curte, é bem no estilo do Baden”, adianta. Sobre as referências ao baiano título do projeto, Penezzi confessa que está bastante focado em seu novo disco, então, seu tempo fica escasso para pesquisas. “Tem várias coisas do Caymmi que eu toco. De repente, alguma canção praieira. Vai ser meio de improviso”, revela.

O improviso, no entanto, não é descaso com Dorival Caymmi, ao qual Penezzi tece grandes elogios. “Caymmi é de uma importância total, um mestre da canção, ele tinha um jeito de compor muito interessante. Caiu no gosto do povo de uma forma incrível. Isso é da sensibilidade, da genialidade dele. Ele cantava as coisas simples da vida, como o mar, a vida do pescador, era o que ele presenciava ali, o cotidiano brasileiro. Um grande mestre, sem sombra de dúvida”, enaltece.

Além de violão, Alessandro Penezzi toca também violão de 7 cordas, violão tenor, cavaquinho, bandolim e flauta. O multiinstrumentista é natural de Piracicaba (SP) e estuda música desde os sete anos de idade. Em 2006, recebeu indicação ao Prêmio Tim pelo CD Baba de Calango, parceria com o grupo Choro Rasgado, na categoria Revelação. No ano seguinte, foi jurado e apresentou-se no Festival Internacional de Guitarra Jazz Oscar Alemán 2007 em Resistência, Província Del Chaco, Argentina. Também neste ano, foi um dos selecionados no Programa Rumos Itaú Cultural Música 2007/2009.

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