quinta-feira, 16 de abril de 2009

Projeto cultural mostra problemas sociais por meio de filmes

Correio Braziliense
16/04/2009

Da redação
O filme Ilha das flores é um dos destaques do lançamento do projeto
Um grupo de trabalhadores encontrou uma forma criativa para mostrar sua dura rotina de trabalho por meio da arte. Com o lançamento do projeto “Trabalho na Tela”, nesta quinta-feira (16/04), o grupo Atitude, uma ONG da cidade de Ceilândia, em iniciativa conjunta com os Ministérios da Cultura e da Saúde, sedia a primeira ação do projeto, com o estabelecimento de cineclubes em todos os estados do Brasil até o final do ano.
O objetivo da mostra de cinema é encontrar respostas para os problemas sociais de jovens e adultos das comunidades. Por meio desse trabalho, trabalhadores propõem debates para desenvolver ações de inclusão social. “O trabalho é uma intersecção com a cultura, que mostra as condições dos trabalhadores brasileiros, os movimentos sociais, sem um certo didatismo. Propomos a expressão mais artística, mais democrática. É uma singularidade sobre a realidade”, explica o curador da mostra, Ricardo Alves Júnior.
Serão exibidos os curtas Ilha das Flores , de Jorge Furtado, Sem Peso , de Cão Guimarães e O Brilho dos Meus Olhos , de Allan Ribeiro. Além deles, serão projetados os vídeos de um minuto produzidos nas oficinas do projeto Vidas paralelas : Trabalhador na máquina de xerox (Sérgio de Cássio); Raio X (Álvaro Ferreira) e Formas em movimento (Nina do Vale). “A ideia central é mostrar ao público a construção de sentidos feita de forma que as imagens falem por si. É dar voz ao trabalhador, ele filma a si”, diz Ricardo.
Vidas paralelas
O Trabalho em tela é apenas uma sequência das ações que ocorrem desde o ano passado com o projeto Vidas Paralelas. O projeto é uma iniciativa dos Ministérios da Saúde e da Cultura, da Rede Escola Continental em Saúde do Trabalhador (REC-ST) e da Universidade de Brasília – UnB, que propõe a trabalhadores das mais diferentes categorias a documentação e reflexão sobre suas vidas e seus trabalhos. São realizados oficinas de formação do olhar, inserção digital, fotografia e vídeo. Todo o resultado é postado depois no site do projeto http://www.minc.gov.br/vidasparalelas/.
A arte dos trabalhadores já foi exibida em Sergipe, Pará, Rio Grande do Norte e Paraíba e outros estados. “Queremos construir alternativas para a reflexão. O cinema é um dos pontos de partida para discussões que são retratadas pelas próprias mãos de quem sofre na pele as dificuldades do trabalho. É uma ação compartilhada entre trabalho, saúde e cultura”, explica a coordenadora do projeto, Graça Hoefel.

Nenhum comentário:

Postar um comentário