Tribuna do Brasil
14/04/2009
Grupo de artistas busca alternativas para a inserção do tema em Brasília
Começa amanhã e vai até domingo um projeto que visa discutir as artes e suas estruturas na capital federal. Baseados numa das frentes mais intrigantes das artes onde para construir é preciso desconstruir primeiro, um grupo de artistas da cidade se uniu para discutir, junto a quem interessar, a quantas andam as artes.
A organização do ciclo pretende uma desorganização de fato. A proposta é criar uma alternativa aos espaços oficiais de exposição e discussão de arte em Brasília. Cada um dos artistas do projeto tem uma experiência diferente de relação com os espaços oficiais por isso cada um tem uma história diferente para contar. Essa variedade de experiências foi fonte inspiradora para os temas dos debates propostos.
Segundo Renata Barreto, uma das organizadoras do evento, “o objetivo é fazer arte, continuar fazendo, independente de ter entrado no edital da Funarte ou do MinC, mesmo porque quem trabalha com cultura no Brasil, sabe muito bem como a distribuição de verba funciona. São discussões necessárias para se voltar a respirar e criar um espaço em que se possa transitar”.
O projeto propõe debates e exposições com temas e lugares variados. O artista Hilan Besusan será “intolerante” no sábado (18/04), na Feira do Rolo da Ceilândia, com o tema "Roubar, doar, trair - quando a traição é arte". Segundo o artista, a ideia é falar sobre lealdades desnecessárias a um público de transeuntes. “Gosto da rua e acredito muito nela, faço performances invisíveis às vezes filmadas para serem disponibilizadas na rede, uma espécie de rua, menos aleatória, mais ampla.
Em Brasília as artes são casas com portas fechadas, e sempre as mesmas pessoas têm a chave (...) Não pode”.
O Primeiro Ciclo de Intolerância se propõe a debater questões que geralmente são silenciadas por motivos diversos. Os artistas e organizadores convidam os interessados a pensar sobre a escamoteação da tolerância em discurso oficial, servindo apenas aos interesses do próprio poder oficial e de suas artimanhas. Em nota, o convite o texto dá o tom da discussão proposta pelo projeto: “o real é feito de pessoas que pensam, de reações a ações de exclusão, de pensamentos sobre acontecimentos palpáveis. E, na realidade, a tolerância é um sentimento limitado pela apatia e pela comodidade da adequação. O Primeiro Ciclo de Intolerância está aberto e você é convidado”.
SERVIÇO
15/04, quarta-feira19h, abertura, Digitalina, 409 norte.
16/04, quinta-feira16h, “os benefícios da auto-pirata-ria: registro, memória e morte, por Renata Barreto, em frente ao Instituto de Artes Visuais, Ida UnB.21h, “Subtítulo: fanfarra do uso do dinheiro público nas artes, por Oziel Primo Araújo, no bar Pipous, 706/707 norte.
17/04, sexta-feira15h, “Arte e prostituição interdisciplinar”, por Cirilo Quartim, SHIGS 712, bloco N, casa 54.19h, “ O processo criativo da pixação: poesia e vandalismo”, por Guto Valentin, passarela subterrânea da 205/206 norte comercial. 23h30, “Reminimaxloplop”, por Leopoldo Wolf, bar Godofredo, 408 norte.
18/04, sábado10h, “Roubar, doar, desertar: excessos e exceções (quando a traição vira arte), por Hilan Besusan, antiga feira do rolo, Centro de Ceilândia.16h, “Oficina de caderno”, por Júlia Gonzáles, inscrições ciclointolerancia@gmail.com20h, “Joker”, por Daniela Bezerra, beco ao lado do espaço cultural Renato Russo, 508 sul.
19/04, domingo14h, encerramento, II A TOA, recreio experimental, venha e traga seu trabalho, eixão norte na altura da 14.
Fonte : Tribuna do Brasil
Data : 14 de abril de 2009
terça-feira, 14 de abril de 2009
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