Teatro Nacional recebe concerto em homenagem a Claudio Santoro

Do Correio Braziliense
06/03/2009

Compositor, professor, regente. Sempre dinâmico e engajado. Esse é o perfil do músico Claudio Santoro, que, nascido em Manaus, fez história em Brasília. O maestro, que completaria 90 anos em 2009, será homenageado nesta sexta-feira, às 21h, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional.
O evento, batizado de Amigos de Santoro, comemorará também os 30 anos do teatro e da orquestra sinfônica que levam o nome do artista. A entrada é franca. Participarão da comemoração pessoas que fizeram parte da vida do regente, incluindo o filho Alessandro Santoro. Ele tocará sonatas de piano da fase nacionalista do pai. “Estudo muito o acervo. Por isso, será uma honra fazer essa homenagem”, diz. Estarão presentes, também, o pianista Ney Salgado, a violinista Valeska Hadelich e a flautista Beth Ernest Dias, além do Quarteto Santoro e da Orquestra de Cordas Amigos de Santoro, que apresentarão obras das variadas fases do compositor.
Cláudio Cohen, violinista principal da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, tocou, em 1979, no primeiro concerto realizado na Sala Villa-Lobos, sob regência de Santoro. Na homenagem, atuará como maestro da Orquestra de Cordas Amigos de Santoro. Ela é formada por músicos da sinfônica que tiveram história com Claudio Santoro: “Alguns foram seus amigos. Outros alunos ou até trabalharam com ele.
Há, também, os que admiram muito o trabalho do compositor”. Os músicos tocarão três obras do maestro: Miniconcerto grosso, Canto de amor e paz e Ponteio. O espetáculo será complementado pela projeção de imagens feita pela artista plástica e filha do músico Sonia Santoro. O trabalho multimídia explorou os símbolos da partitura da música Multationen, do compositor e regente, com a própria melodia, resultando em uma obra dinâmica. “Esse trabalho tem tudo a ver com meu pai. Ele sempre gostou de novas tecnologias e formas de linguagem”, revela Sonia. Gisèle Santoro, viúva de Claudio e a organizadora do evento, garante que será imperdível.
Lamenta, apenas, as atuais condições do teatro — que, segundo ela, encontra-se sucateado.