JB Online
17/03/2009
RIO - A projeção do faroeste A face oculta (1961), nesta terça-feira, às 13h, na Caixa Cultural (Av. Almirante Barroso 25, Centro), dá largada à mostra Brando – O ator no cinema, que reúne 21 dos 40 títulos em que o ator americano Marlon Brando (1924-2004) atuou ao longo de 54 anos de carreira. Curiosamente, a maratona tem início com o único longa-metragem dirigido pelo controverso astro, que derrubou os tradicionais métodos de interpretação cinematográfica, e cujo rosto se popularizou em filmes como Um bonde chamado desejo (1951) e, em outra fase de sua filmografia, O poderoso chefão (1972).
Outra atração do primeiro dia é Brando (2007), documentário de Mimi Freedman e Leslie Greif , que revira a conturbada trajetória do ator de ponta-cabeça. No filme, que ganha sessão às 19h, a dupla de diretores entrevista mais de 50 artistas, entre diretores (Martin Scorsese, Arthur Penn) e atores (Dennis Hopper, Jane Fonda), amigos íntimos (o ator Eli Wallach) e membros da família do astro, devolvendo um retrato meticuloso do polêmico protagonista de Sindicato de ladrões (1954). Brando é o 22º título da programação.
– Marlon Brando mudou a maneira de atuar ao despir-se da teatralidade associada ao círculo de estrelas de então. Ele despia seus personagens de toda sofisticação, fazendo deles tipos crus e vulneráveis, seres humanos reais – diz Greif ao Jornal do Brasil.
Símbolo sexual
As origens profissionais de Brando estão ligadas ao circuito teatro da Broadway. O ator começou a chamar a atenção quando atuou na montagem de Um bonde chamado desejo, de Tennessee Williams. Adepto do estilo realista do método Stanislavski de interpretação, o então desconhecido Brando causou alvoroço ao ignorar os procedimentos de representação vigentes na época, incorporando a vida do personagem de forma instintiva e visceral.
A versão cinematográfica da peça, dirigida por Elia Kazan, que no Brasil foi rebatizada de Uma rua chamada pecado, deu ao ator projeção mundial, além de transformá-lo instantaneamente em símbolo sexual. No filme, ele interpreta um desempregado que explora a fragilidade da esposa, vivida por Vivien Leigh. O personagem quase sempre é visto de camiseta, que lhe realçavam a figura altiva e os músculos trabalhados.
Fazem parte também da mostra O poderoso chefão (1972), de Francis Ford Coppola, que encerraria um fase de muitos baixos do ator, nos anos 60. Brando ganhou o seu segundo Oscar (o primeiro foi por Sindicato de ladrões, de 1953) pelo papel do mafioso Don Corleone, mas mandou uma índia recebê-lo na cerimônia do prêmio da Academia, acrescentando mais uma excentricidade à trajetória do astro. A maior parte da mostra em cartaz na Caixa Cultural será exibida em DVD.
– Mas temos pelo menos três filmes em película. O último tango em Paris (1974), de Bernardo Bertolucci, e Queimada (1969), de Gillo Pontercovo, nós conseguimos no Brasil. São cópias que estavam no Museu de Arte Moderna, que conseguimos comprar os direitos de exibição. O mais difícil de conseguir foi Um bonde chamado desejo. Tentamos, inicialmente, nos Estados Unidos, mas foram muitas as dificuldades. Mas, aos 45 minutos do segundo tempo, conseguimos uma cópia na Espanha – avisa a atriz Bianca Comparato, curadora da retrospectiva.
Bianca só lamenta não ter conseguido, por razões orçamentárias, incluir dois títulos na mostra, A casa do luar de agosto (1956), de Daniel Mann, e A caçada humana (1966), de Arthur Penn:
– No primeiro, o personagem de Brando era pequeno. Mas, no Brasil, a peça contou com Ítalo Rossi, e que ganhou grande notoriedade. Já no segundo, Brando está muito bem, mas acabei optando por um outro em que ele trabalhou com o mesmo diretor, Duelo de gigantes.
As origens profissionais de Brando estão ligadas ao circuito teatro da Broadway. O ator começou a chamar a atenção quando atuou na montagem de Um bonde chamado desejo, de Tennessee Williams. Adepto do estilo realista do método Stanislavski de interpretação, o então desconhecido Brando causou alvoroço ao ignorar os procedimentos de representação vigentes na época, incorporando a vida do personagem de forma instintiva e visceral.
A versão cinematográfica da peça, dirigida por Elia Kazan, que no Brasil foi rebatizada de Uma rua chamada pecado, deu ao ator projeção mundial, além de transformá-lo instantaneamente em símbolo sexual. No filme, ele interpreta um desempregado que explora a fragilidade da esposa, vivida por Vivien Leigh. O personagem quase sempre é visto de camiseta, que lhe realçavam a figura altiva e os músculos trabalhados.
Fazem parte também da mostra O poderoso chefão (1972), de Francis Ford Coppola, que encerraria um fase de muitos baixos do ator, nos anos 60. Brando ganhou o seu segundo Oscar (o primeiro foi por Sindicato de ladrões, de 1953) pelo papel do mafioso Don Corleone, mas mandou uma índia recebê-lo na cerimônia do prêmio da Academia, acrescentando mais uma excentricidade à trajetória do astro. A maior parte da mostra em cartaz na Caixa Cultural será exibida em DVD.
– Mas temos pelo menos três filmes em película. O último tango em Paris (1974), de Bernardo Bertolucci, e Queimada (1969), de Gillo Pontercovo, nós conseguimos no Brasil. São cópias que estavam no Museu de Arte Moderna, que conseguimos comprar os direitos de exibição. O mais difícil de conseguir foi Um bonde chamado desejo. Tentamos, inicialmente, nos Estados Unidos, mas foram muitas as dificuldades. Mas, aos 45 minutos do segundo tempo, conseguimos uma cópia na Espanha – avisa a atriz Bianca Comparato, curadora da retrospectiva.
Bianca só lamenta não ter conseguido, por razões orçamentárias, incluir dois títulos na mostra, A casa do luar de agosto (1956), de Daniel Mann, e A caçada humana (1966), de Arthur Penn:
– No primeiro, o personagem de Brando era pequeno. Mas, no Brasil, a peça contou com Ítalo Rossi, e que ganhou grande notoriedade. Já no segundo, Brando está muito bem, mas acabei optando por um outro em que ele trabalhou com o mesmo diretor, Duelo de gigantes.
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