Correio Braziliense
28/01/2009
A companhia Brasilienses de Teatro apresenta uma das mais famosas comédias da renascença italiana. A peça, em cartaz desde a semana passada no Teatro Goldoni (208/209 Sul), conta a divertida história da taberneira Mirandolina (Simone Marcelo), uma mulher acostumada a ter todos os homens aos seus pés.
O coração da bela é disputado principalmente pelo Conde de Rebula (João Rafael) e o Marquês de Cintra (Similião Aurélio), os mais refinados homens das redondezas. Porém, mesmo esbanjando seus encantos, a personagem não desperta o menor interesse em um dos hóspedes. O rude cavaleiro (Abaetê Queiroz) simplesmente despreza o “sexo frágil” e seu único prazer é humilhá-las. “Ele não gosta da frescura delas e nem do controle que exercem sobre os homens. É o personagem mais interessante, porque a gente nunca vê este tipo de cara por aí”, explica o diretor, James Fensterseifer.
O impasse de um homem heterossexual que não gosta de mulheres é o curioso nó que Mirandolina vai tentar desatar. Por conta de uma aposta feita com Fabrício (André Reis) – o empregado da taberna, inclusive a quem foi prometida em casamento –, a jovem vai tentar conquistar o coração de pedra do machão.
“Se ela ganhar, além de lavar a honra feminina, vai se livrar do compromisso com Fabrício”, ressalta Fensterseifer. A trama vivida pela taberneira é uma das primeiras peças do Renascentismo que trata sobre temas feministas, afirma a atriz Simone Marcelo.
“É fantástico a questão de um texto de 1753 ainda ter o mesmo efeito nos dias atuais. Infelizmente, ainda vivemos em um mundo machista e com personalidades fortes como as que são tratadas pela companhia”, ressalta. Será que Mirandolina vai abrandar o coração do cavaleiro grosseirão? Ou ela vai preferir casar com o pobre empregado? Quem sabe até ceder aos encantos de um dos refinados lordes da cidade? “Isso a gente não conta, é segredo! Quem quiser saber o fim da irônica Mirandolina, vai ter que assistir até o final”, avisa Simone.
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