Do Correio Braziliense
No espetáculo Maria Stuart, atrizes travam embate com três horas de duração
Era para ser uma leitura dramática a fim de rememorar os 200 anos de morte do dramaturgo alemão Friedrich Schiller (1759 – 1805). No entanto, as relações de vida e morte entre as rainhas Maria Stuart e Elizabeth seduziram tanto as atrizes Clarice Niskier e Julia Lemmertz que elas encerraram o projeto pensando no espetáculo. Quatro anos depois, o desejo virou montagem concreta com estreia nacional nesta sexta-feira (23/01), às 21h, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). “Começar a temporada por Brasília, a capital do país, é especial porque o texto trata dessa visão de poder”, observa o diretor Antonio Gilberto. Com temporada de quinta a domingo, até 15 de fevereiro, Maria Stuart põe em cena o embate entre as duas rainhas, primas de sangue, Elizabeth (Inglaterra) e Maria Stuart (Escócia). Escrita em 1799, a obra promove um encontro que nunca existiu, apesar de Elizabeth mandar decapitar Maria, em uma das decisões mais polêmicas da história do absolutismo inglês. O texto é um clássico atualíssimo na discussão sobre liberdade, legitimidade e poder do Estado. “Sou um entusiasta da dramaturgia alemã e quero que o espectador pense sobre as guerras de agora a partir de Schiller”, indica Antonio Gilberto. Para não embebedar o espectador com uma reconstituição de época, o diretor optou por deixar cenário e figurinos distantes do tempo histórico. A tradução de Manuel Bandeira, extremamente poética, é também preservada na prosódia dos intérpretes. “A ideia foi aliar a poesia de Bandeira com a do Schiller”, conta Julia Lemmertz. Em cena, Julia Lemmertz e Clarice Niskier se encontram pela primeira vez no palco. São duas das mais importantes atrizes de teatro da geração surgida nos anos 1980. Para fazer Maria Stuart, Clarice teve que interromper temporariamente a trajetória do monólogo A alma imoral, um sucesso de público e crítica. “Adiamos o projeto ao máximo para tê-la ao meu lado”, conta Julia. Ao lado de grande elenco, com participação dos veteranos Ednei Giovenazzi e Amélia Bittencourt, elas prometem um embate memorável, à altura da histórica montagem de Ziembinski (1955), com as irmãs Cacilda Becker e Cleyde Yáconis nos papéis de Maria Stuart e Elizabeth. Com três horas de duração (incluindo intervalo), a peça tem a esperada cena do encontro entre as rainhas (no final do primeiro ato), criada a partir da magia dramática de Schiller. Nos ensaios, que se iniciaram em setembro, Julia Lemmertz e Clarice Niskier não escondem a emoção em viver duas personagens cunhadas por uma forte dimensão humana. “As rainhas são antagonistas, mas nós duas somos complementares”, revela Julia, que começa o processo intuitiva, enquanto Clarice segue racional. As duas intérpretes ficaram bastante tocadas ao associar o texto ao tempo presente de guerra insana no Oriente Médio. Nesse conteúdo, reside a atualidade do Schiller num clássico que sempre acontecerá quando duas grandes atrizes desejarem repetir no palco a peleja das rainhas iniciada em 1800, quando o espetáculo estreou.
No espetáculo Maria Stuart, atrizes travam embate com três horas de duração
Era para ser uma leitura dramática a fim de rememorar os 200 anos de morte do dramaturgo alemão Friedrich Schiller (1759 – 1805). No entanto, as relações de vida e morte entre as rainhas Maria Stuart e Elizabeth seduziram tanto as atrizes Clarice Niskier e Julia Lemmertz que elas encerraram o projeto pensando no espetáculo. Quatro anos depois, o desejo virou montagem concreta com estreia nacional nesta sexta-feira (23/01), às 21h, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). “Começar a temporada por Brasília, a capital do país, é especial porque o texto trata dessa visão de poder”, observa o diretor Antonio Gilberto. Com temporada de quinta a domingo, até 15 de fevereiro, Maria Stuart põe em cena o embate entre as duas rainhas, primas de sangue, Elizabeth (Inglaterra) e Maria Stuart (Escócia). Escrita em 1799, a obra promove um encontro que nunca existiu, apesar de Elizabeth mandar decapitar Maria, em uma das decisões mais polêmicas da história do absolutismo inglês. O texto é um clássico atualíssimo na discussão sobre liberdade, legitimidade e poder do Estado. “Sou um entusiasta da dramaturgia alemã e quero que o espectador pense sobre as guerras de agora a partir de Schiller”, indica Antonio Gilberto. Para não embebedar o espectador com uma reconstituição de época, o diretor optou por deixar cenário e figurinos distantes do tempo histórico. A tradução de Manuel Bandeira, extremamente poética, é também preservada na prosódia dos intérpretes. “A ideia foi aliar a poesia de Bandeira com a do Schiller”, conta Julia Lemmertz. Em cena, Julia Lemmertz e Clarice Niskier se encontram pela primeira vez no palco. São duas das mais importantes atrizes de teatro da geração surgida nos anos 1980. Para fazer Maria Stuart, Clarice teve que interromper temporariamente a trajetória do monólogo A alma imoral, um sucesso de público e crítica. “Adiamos o projeto ao máximo para tê-la ao meu lado”, conta Julia. Ao lado de grande elenco, com participação dos veteranos Ednei Giovenazzi e Amélia Bittencourt, elas prometem um embate memorável, à altura da histórica montagem de Ziembinski (1955), com as irmãs Cacilda Becker e Cleyde Yáconis nos papéis de Maria Stuart e Elizabeth. Com três horas de duração (incluindo intervalo), a peça tem a esperada cena do encontro entre as rainhas (no final do primeiro ato), criada a partir da magia dramática de Schiller. Nos ensaios, que se iniciaram em setembro, Julia Lemmertz e Clarice Niskier não escondem a emoção em viver duas personagens cunhadas por uma forte dimensão humana. “As rainhas são antagonistas, mas nós duas somos complementares”, revela Julia, que começa o processo intuitiva, enquanto Clarice segue racional. As duas intérpretes ficaram bastante tocadas ao associar o texto ao tempo presente de guerra insana no Oriente Médio. Nesse conteúdo, reside a atualidade do Schiller num clássico que sempre acontecerá quando duas grandes atrizes desejarem repetir no palco a peleja das rainhas iniciada em 1800, quando o espetáculo estreou.
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