quinta-feira, 30 de julho de 2009

Vida dedicada aos palcos

Tribuna do Brasil (DF)
30/07/2009

Mostra homenageia uma das grandes damas do teatro brasileiro

Uma homenagem mais do que justa acontece de amanhã a 30 de agosto para a atriz, diretora, produtora, educadora, e modernizadora, Dulcina de Moraes. A exposição “Eternamente Dulcina – Uma vida dedicada ao teatro” enaltece uma das grandes damas do teatro, que criou em Brasília o Teatro Dulcina, na década de 1970, e fundou a primeira faculdade de artes efetivamente autorizada e reconhecida no país.

Com curadoria do designer Nando Cosac, “Eternamente Dulcina – Uma vida dedicada ao teatro” apresenta fotos da carreira da artista, fotos pessoais e muitas peças dos figurinos que serviram como modelo para o público feminino. Dulcina de Moraes deu vida a personagens que a celebrizaram como Cleópatra (de Bernard Shaw), Sadie Thompson (de John Colton e Clemence Randolph) ou Madame Vidal (de Louis Verneuil).

Sua máscara cênica, sua face de uma beleza rara, sua elegância, a exigência diante das falas, o diálogo com o passado e sua pertinaz dedicação ao futuro se sobressaem na exposição montada especialmente para lembrar os 100 anos de nascimento da atriz. Empreendedora das artes cênicas, Dulcina criou estabelecimentos importantes como a Fundação Nacional de Teatro, em 1950, uma das primeiras escolas de formação e que serviu de inspiração para várias gerações de atores como Bibi Ferreira, Sérgio Viotti e Marília Pêra.

Fernanda Montenegro a reverenciou. Marília Pêra reconhece sua grandeza ao dizer: “Vi Dulcina dirigindo peças, sugerindo ideias, ensinando e seduzindo os atores com sua graça incomparável, sua boca vermelha, suas mãos expressivas e generosas”.

A trajetória de Dulcina está registrada em detalhes no livro “Dulcina e o teatro de seu tempo”, de Sérgio Viotti, também autor de “O Melhor dos Pecados”, peça escrita especialmente para atriz comemorar seu retorno aos palcos do Rio de Janeiro depois de sua mudança para a capital do país. “Os que viram Dulcina no palco dão-se conta do privilégio que foi aplaudir esta atriz personalíssima. O palco não tinha segredos para ela. Como se diz nos bastidores, ela sabia tudo de teatro. E não seria nenhum excesso de admiração dizer que Dulcina era o teatro”, afirma Viotti.

Trajetória

Nascida em Valença, cidade do interior do Rio de Janeiro, Dulcina de Moraes pertencia a uma família de artistas mambembes e participava de espetáculos organizados por seus pais (Conhita e Átila de Moraes). Assinou o primeiro contrato aos 17 anos, com a Companhia Brasileira de Comédia, de Viriato Correia, e, logo depois, entrou para o grupo teatral do ator Leopoldo Froes, referência na época. Em 1934, fundou com o marido, o ator Odilon Azevedo, a Companhia Dulcina-Odilon.

No final dos anos 50, investiu na criação da Fundação Brasileira de Teatro (FBT), que realiza cursos e espetáculos. Em 1972, transferiu-se com sua fundação para a capital federal. Dulcina só retornou ao palco carioca em 1981, a convite de Bibi Ferreira, que a dirigiu em “O Melhor dos Pecados”, de Sérgio Viotti, escrito especialmente para a atriz.

O espetáculo se inicia com uma citação de Chuva: ao se apagarem as luzes, ouve-se a gargalhada da atriz na coxia - o que faz o público, na estreia, ovacionar vivamente, em sinal de reconhecimento. Após ficar viúva em 1972, mudou-se para Brasília, onde morou até morrer.
A mostra já foi realizada no Rio de Janeiro, estado natural da artista, no mês de seu nascimento (fevereiro), e será finalizada em Brasília, cidade que escolheu para viver, encerrando-se no mês de sua morte, que ocorreu em 29 de agosto de 1996.

Exposição “Eternamente Dulcina Uma vida dedicada ao teatro”
De 31 de julho a 30 de agosto,
das 9 às 21h
Caixa Cultural Brasília –
Galeria Principal
SBS Qd 4 lote 3 / 4, anexo
Matriz da Caixa
Classificação livre
Entrada Franca.




Fonte : Tribuna do Brasil
Data : 30 de julho de 2009

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